terça-feira, 21 de maio de 2013

Para fixar...

Aprenda mais no site: http://www.dombosco.com.br/curso/estudemais/biologia/q_complementares_ap1.php#questao4


O diagrama a seguir mostra a classificação dos seres vivos em cinco reinos, considerando a combinação de três critérios: número de células, existência de núcleo individualizado na célula e forma de nutrição.




A proposição que reúne adequadamente dois dos critérios de classificação dos seres vivos utilizados no diagrama é:

a) existem eucariontes unicelulares.
b) existem procariontes pluricelulares.
c) não existem procariontes unicelulares.
d) não existem eucariontes pluricelulares.
e) não existem procariontes autótrofos. 



Como a ação do sistema imunológico é eficiente!!

Fonte: Youtube

http://www.youtube.com/watch?v=YVLhLvnSTcA

A ADOLESCENCIA E A FERTILILIDADE

Explanaremos sobre as muitas mudanças que as meninas irão experimentar durante os anos de puberdade. Muitas mudanças ocorrem no corpo da menina, mudanças essas ainda mais complexas do que o do menino, porque precisa preparar-se para a tarefa complicada da maternidade. A maneira como o corpo da mulher funciona para produzir a vida humana é um dos engenhos mais belos de todo o universo. Observemos esse processo por um momento.
A vida humana começa com uma pequenina célula, tão pequena que você não poderia vê-la sem um microscópio. Esta primeira célula da vida é chamada de zigoto, que começa a dividir-se e a crescer no útero da mãe.
O órgão que chamamos de útero é um lugar especial localizado na parte inferior do abdome. O útero é uma bolsinha especial que serve como ambiente perfeito para um embrião que está crescendo e se desenvolvendo. (Embrião é o nome dado para um bebê em seus primeiros estágios de desenvolvimento).
Muitas são as necessidades do bebê no que se refere a aquecimento, oxigênio e nutrição são constantemente satisfeitos pelo corpo da mãe durante os nove meses antes de seu nascimento. Qualquer problema surgido nesses primeiros dias (nos três primeiros meses especialmente), e a criança morrerá. O embrião é extremamente delicado, e o corpo da mãe precisa estar em boas condições físicas a fim de satisfazer as exigências da criança que está crescendo.
Para que o corpo da menina possa desempenhar estas funções, a adolescente passa por muitas mudanças durante a puberdade. Um desses importantes desenvolvimentos é chamado de menstruação, do qual você já ouviu certamente falar. Este é um assunto que as meninas precisarão compreender muito bem nos dias que virão. Muitas escolas fornecem esta informação para as meninas na quinta ou sexta série, e talvez o que exponho agora seja apenas uma recapitulação do que você já ouviu antes. Todavia, acho que é importante que os meninos também entendam este processo, apesar de eles serem raramente informados adequadamente sobre o mesmo.


Por: Wagner
Fonte: Brasil Escola

MEIO AMBIENTE NATURAL - NOVAS AVES DA AMAZÔNIA

Desde a segunda metade do século XIX a ornitologia brasileira não dava uma contribuição tão significativa para ampliar o conhecimento sobre a biodiversidade: 15 novas espécies de aves da Amazônia nacional serão formalmente descritas pela primeira vez numa série de artigos científicos previstos para serem publicados em julho num volume especial do Handbook of the birds of the world, da espanhola Lynx Edicions. Esse tomo fecha uma coleção de 17 livros que, por seu caráter enciclopédico e didático, é adotada como fonte de consulta por ornitólogos profissionais e amadores.
Os autores das descrições pertencem a três instituições nacionais de pesquisa – Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZ-USP), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), de Manaus, e Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), de Belém – e ao Museu de Ciência Natural da Universidade Estadual da Louisiania (LSUMNS), Estados Unidos.
Os ornitólogos não apresentavam ao mundo, de uma só vez, numa única obra, um conjunto tão numeroso de novas aves brasileiras desde 1871, quando saiu o livro Zur Ornithologie Brasiliens. Nessa obra, escrita pelo austríaco August von Pelzeln (1825-1891), foram divulgadas 40 espécies de aves coletadas pelo naturalista Johann Natterer (1787-1843), também austríaco, em suas viagens pela Amazônia brasileira.
Onze das novas espécies são endêmicas do Brasil e quatro podem ser encontradas também no Peru e na Bolívia. Oito ocorrem somente a oeste do rio Madeira, na parte ocidental da Amazônia; cinco habitam exclusivamente terras situadas entre esse curso d’água e o rio Tapajós, no centro da região Norte; e duas vivem apenas a leste do Tapajós, no Pará, na porção mais oriental da floresta tropical.
No volume especial do Handbook, os autores descrevem a morfologia (formas e estruturas), a genética e a vocalização (canto e sons) das novas espécies. Por meio de mapas específicos para cada espécie, mostram ainda seus locais de ocorrência. No entanto, até que o livro seja oficialmente publicado, o nome científico e alguns detalhes sobre a anatomia e o modo de vida das novas espécies não podem ser divulgados.
Dessas aves até agora desconhecidas e sem registro na literatura científica, a maior e mais espetacular é uma espécie de gralha, do gênero Cyanocorax, com cerca de 35 centímetros de comprimento, que vive apenas na beira de campinas naturais situadas em meio à floresta existente entre os rios Madeira e Purus, no Amazonas.
“Essa gralha está ameaçada de extinção”, diz Mario Cohn-Haft, curador da seção de ornitologia do Inpa, principal descobridor do cancão-da-campina, nome popular cunhado para a ave. “Seu hábitat está em perigo e podemos perder a espécie antes de ter tido tempo de estudá-la a fundo.”
Sua principal região de ocorrência é um complexo de campinas, distante 150 quilômetros ao sul de Manaus, numa área próxima à rodovia BR-319, que liga a capital amazonense a Porto Velho. A estrada está sendo reformada e os pesquisadores temem que o acesso facilitado ao local coloque em risco o hábitat da espécie.
“A nova gralha também ocorre numa zona de campos naturais no sul do Amazonas, próximo a Porto Velho, onde há muitos colonos do Sul do país, que a confundem com a gralha-azul [um dos símbolos do Paraná]”, diz Cohn-Haft.

Fonte: Jornal Ambiental

Liquens como bioindicadores de poluição atmosférica


Janete do Nascimento Duarte de Souza, Elaine Viana, Erika Negreiros

Resumo




Os liquens são extremamente sensíveis a alterações ambientais. São os melhores bioindicadores conhecidos dos níveis de poluição aérea. Eles são muito sensíveis à poluição ambiental. Assim, a presença de liquens sugere baixo índice de poluição, enquanto seu desaparecimento sugere agravamento da poluição ambiental. Apesar dos liquens serem referência como bioindicadores de poluição ambiental, o estudo da Liquenologia ainda é uma das áreas mais carentes em pesquisadores dentro da Botânica brasileira. 
Os fungos liquenizados, são encontrados quase exclusivamente em associação simbiótica com organismos fotossintetizantes (algas ou cianobactérias). Essas associações são encontradas na natureza como uma estrutura (talo) conhecida como líquen, na qual tanto o fungo (micobionte) quanto os fotobiontes perdem sua individualidade morfológica e anatômica. Por este motivo os liquens foram considerados como uma entidade taxonômica em Botânica até a década de 1950. 
Atualmente é amplamente reconhecido que muitos grupos diferentes de fungos passaram por processo de liquenização ao longo de sua história evolutiva. Eles crescem sobre qualquer tipo de substrato; não são parasitas apesar de serem para muitos assim considerados. A maior abundância e diversidade dos fungos liquenizados ocorre em condições onde a alta iluminação está associada à alta umidade do ar. Este trabalho é uma pesquisa descritiva, baseada em revisão da literatura, visando reunir o conhecimento pouco estudado e divulgado na literatura acadêmica nacional, referente ao uso de bioindicadores vegetais como método complementar de monitoramento de contaminação atmosférica.
O objetivo principal desta pesquisa é contribuir para o conhecimento na área de poluição ambiental, em especial na busca de novas alternativas para a detecção de processos de poluição atmosférica decorrentes da ação humana. 


Palavras-chave: Liquens, bioindicador.

Camuflagem: uma bela estratégia de sobrevivência


Uma das estratégias mais belas de sobrevivência, em minha opinião, é a camuflagem.
Muitos animais tem essa capacidade de se camuflar com o habitat onde vivem, porém os propósitos são diferentes. No caso de um predador, ele se camufla para atacar uma presa sem que ela possa vê-lo, já se o animal camuflado for uma presa, o objetivo é o de escapar aos olhos de seu predador.
Recentemente, o fotógrafo John Cancalosi, fez uma série de fotografias incríveis mostrando animais camuflados. 
 A primeira mostra a camuflagem de um caranguejo em um coral mole e a segunda um cavalo marinho camuflado em um coral.



A investigação científica



“A Teoria da Gravitação Universal de Einstein tomou o lugar da de Newton, mas as maçãs não permaneceram suspensas no ar, aguardando o resultado”. Stephen Jay Gould.

A Biologia é uma ciência que busca explicações para os fenômenos da natureza, estabelecendo relações entre os fatos observados.

observação é o primeiro passo para as investigações e é a partir dela que o cientista buscará respostas a perguntas como “porque tal fenômeno ocorre?” ou “que relação este fenômeno tem com aquele?”. Para estas perguntas, o estudioso da ciência deverá formular possíveis respostas, as chamadas hipóteses. Estas últimas deverão estar baseadas em diversas informações já conhecidas e, para tal, uma boa pesquisa é imprescindível.

Estas suposições devem ser testáveis e, a partir delas, são feitas deduções, que prevêem o que pode acontecer se a hipótese estiver correta. Assim, testes experimentais e/ou novas observações são feitas para testar as hipóteses e averiguar se as deduções podem ser confirmadas ou refutadas.

Uma vez que uma hipótese é aceita, esta é divulgada, auxiliando em trabalhos posteriores de outros cientistas. Geralmente, essa divulgação se dá por meio de publicações, apresentações em eventos, como congressos e, inclusive, comunicações pessoais.

Uma hipótese confirmada por inúmeras experimentações, por muito tempo irrefutável, pode-se tornar uma teoria - conjunto de leis, conceitos e modelos - que busca explicar diversos fenômenos. Entretanto, mesmo uma teoria bem consolidada, como a Teoria da Evolução ou a Teoria da Gravitação Universal são passíveis de mudanças, na medida em que novas teorias e observações são realizadas, de modo que haja possibilidades de novas descobertas.


http://www.mundoeducacao.com.br/biologia/a-investigacao-cientifica.htm
Vale a pena assistir...

Em experimento inédito, cientistas criam embrião humano via clonagem





Cientistas americanos afirmam ter criado um embrião humano por meio de clonagem - uma descoberta comemorada e considerada promissora pela comunidade científica.

Em um estudo publicado nesta quarta-feira na revista científica Cell, cientistas da Universidade de Saúde e Ciência de Oregon, dos Estados Unidos, afirmaram ter recorrido a métodos semelhantes aos usados na clonagem da ovelha Dolly, em 1996.

Criar células-tronco a partir de clonagem é mais fácil, barato e, especialmente, menos polêmico do que fazê-lo a partir de um embrião real.

No novo experimento, o material retirado de uma célula adulta é transplantado em um óvulo cujo DNA havia sido retirado.

Os cientistas, então, induziram os óvulos não fertilizados a se transformar em células-tronco embrionárias. Para isso, foi utilizado um estímulo elétrico.

Aposta

Células-tronco são uma das maiores esperança da medicina. Isso porque são capazes de se transformar em qualquer outra célula encontrada no corpo humano, como um músculo cardíaco, ossos ou neurônios.

Na prática, elas podem ser usadas para curar os danos causados por um ataque cardíaco ou recuperar um trauma em uma medula espinhal.

Já há testes que usam células-tronco - retiradas de embriões doados - para restaurar a visão de pessoas, por exemplo.

O novo procedimento, de usar células-tronco a partir de clonagem, também ganhou elogios dos mais conservadores, que são contra a utilização das células-tronco embrionários.

Tais grupos afirmam que todos os embriões, sejam eles criados em laboratórios ou não, têm o potencial de se transformar em um ser humano, e que, por essa razão, seria imoral realizar experimentos com eles.

Descoberta promissora

"Uma análise minuciosa das células-tronco criadas com essa técnica provou que elas são capazes de serem convertidas, assim como uma célula-tronco embrionária normal, em diferentes tipos de célula, incluindo células nervosas ou cardíacas", afirmou Shoukhrat Mitalipov, um dos coordenadores do estudo.

"Ainda há muito trabalho a ser feito para que seja desenvolvido um tratamento com células-tronco seguro e efetivo. Mas acreditamos que esse é um passo significativo pra desenvolver células que podem ser usadas na medicina regenerativa."

Chris Mason, professor de medicida regenerativa da Universidade College London, descreveu o estudo como promissor.

"Eles fizeram o mesmo que os irmãos Wright. Olharam para onde estavam as melhores pesquisas sobre isso e, basicamente, fizeram uma amálgama disso", afirmou.


http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/bbc/2013/05/15/em-experimento-inedito-cientistas-criam-embriao-humano-via-clonagem.htm

Teste seus conhecimentos...

Veja mais no site: http://www.profcardy.com/exercicios/faculdade.php?facul=FUVEST&disciplina=5


As afirrmações abaixo referem-se a características do ciclo de vida de grupos de plantas terrestres: musgos, samambaias, pinheiros e plantas com flores.
I. O grupo evolutivamente mais antigo possui fase haploide mais duradoura do que fase diploide.
II. Todos os grupos com fase diploide mais duradoura do que fase haploide apresentam raiz, caule e folha verdadeiros.
III. Os grupos que possuem fase haploide e diploide de igual duração apresentam, também, rizoides, filoides e cauloides (ou seja, raiz, folha e caule não verdadeiros).
Está correto apenas o que se afirrma em
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.


Com relação à gametogênese humana, a quantidade de DNA

I. do óvulo é a metade da presente na ovogônia.
II. da ovogônia equivale à presente na espermatogônia.
III. da espermatogônia é a metade da presente no zigoto.
IV. do segundo corpúsculo polar é a mesma presente no zigoto.
V. da espermatogônia é o dobro da presente na espermátide.

São afirmativas corretas apenas:
a) I e II 
d) II, III e IV
b) IV e V 
e) III, IV e V
c) I, II e V

Importância da análise, licenciamento e controle na preservação da biodiversidade


A diversidade de comunidades biológicas nunca esteve tão ameaçada como nos momentos atuais. A pressão antrópica sobre as formas de vida é grande e tende a aumentar com o crescimento da população mundial.
Neste sentido, a Análise, o Licenciamento e o Controle Ambiental têm um papel importantíssimo na medida em que força o uso disciplinado de recursos naturais. A legislação ambiental dá embasamento à proteção governamental de espécies ameaçadas de extinção. Os diagnósticos de fauna e flora realizados nos diversos estudos ambientais (EIA/RIMA, RCA/PCA), necessários ao licenciamento de empreendimentos, além de permitir o melhor conhecimento da nossa biodiversidade também
subsidiam ações de manejo. No caso do levantamento e monitoramento florístico, estes dão subsídios à revegetação de áreas degradadas, ao resgate de germoplasma assim como para a obtenção de mapas de corredores ecológicos nas área de influência direta e indireta dos empreendimentos.
Estas medidas conservam, para uso futuro, genótipos de espécies de alto valor biológico, de importância econômica e recursos genéticos de uso potencial. Fatores que são de grande valia para a constante preservação da Biodiversidade.

Biologia & Diversidade - CRBio-04 - abril de 2008

A redescoberta do Pica-pau-do-parnaíba


Texto
Advaldo Dias do Prado
CRBio04 - 33.052/04-D
Foto da capa: Edson Endrigo





Corria o ano de 1926, mais precisamente o dia 16 de agosto, quando Emil Kaempfer coletando espécimes em Uruçuí, às margens do rio Parnaíba, no sudoeste do Piauí, divisa com o Maranhão, se deparou com um pica-pau que julgou ser um Celeus spectabilis. O indivíduo coletado foi encaminhado ao American Museum of Natural History (AMNH) de Nova York, EUA. Alguns anos depois, o pesquisador Charles O’brien, trabalhando no AMNH notou certa diferença do individuo coletado no Piauí para os advindos do Acre e de alguns países circunvizinhos. Procurou, então, Lester Short considerado uma das maiores autoridades em Picídeos que, após algum período de análise confirmou a diferença e colocou o nome de
Celeus spectabilis obrieni, em homenagem a O’brien. Finalmente, em 1999, foi considerada uma espécie plena recebendo o nome científico de Celeus obrieni e o nome popular de Pica-pau-do-parnaíba.
Em 2006, oitenta anos após aquela coleta, estava trabalhando em um monitoramento da BR 010, no município de Goiatins, no nordeste do Tocantins. Quando fui vistoriar as redes de neblina constatei uma ave enroscada pelas pernas, tratava-se de um pica-pau. Ao compará-lo com as pranchas que tinha de um livro de campo não encontrei nada parecido. Então, recorri ao livro mais grosso que ficara no carro e nele encontrei o desenho do que tinha nas mãos. Como não havia registro daquela espécie no Tocantins, pedi ao Guilherme Silva (autor de uma das fotos e hoje também biólogo) para fotografá-lo e enviei cópia para confirmação do especialista José Fernando Pacheco, no Rio de Janeiro. Confirmada a espécie e alertado por Fernando Pacheco, voltei ao local e consegui gravar o canto da espécie que depois foi distribuída entre outros ornitólogos que foram localizando mais indivíduos em diversas áreas.

Jornal do Biólogo - julho de 2011 - CRBio04

3 anos depois do incêndio, coleção de cobras e aranhas do Butantan continua ‘sem casa



Três anos após o incêndio que destruiu o prédio das coleções biológicas do Instituto Butantan, os milhares de exemplares de cobras e aranhas que foram resgatados das chamas permanecem acondicionados em ambientes provisórios e, em alguns casos, inadequados, tanto para a preservação do acervo quanto para o trabalho dos pesquisadores que perderam seus laboratórios.

Um novo prédio, projetado especificamente para receber as coleções, já está pronto, mas ainda não foi inaugurado. Enquanto isso, os pesquisadores da Herpetologia (a ciência que estuda répteis) continuam a trabalhar em uma casinha antiga, próxima ao prédio da diretoria do instituto, em condições precárias.

Por falta de espaço, uma parte da coleção que foi resgatada do incêndio fica amontoada do lado de fora da casa, numa varanda coberta (garagem), porém exposta ao sol, à chuva e à sujeira. Outra parte está guardada no canto de um porão úmido e cheio de fungos nas paredes, junto com os cerca de 6 mil animais que foram recebidos pelo instituto e adicionados à coleção nos últimos três anos, desde o incêndio. As prateleiras estão lotadas.

“Nossas condições de alojamento são bastante precárias”, disse ao Estado o Biólogo Francisco Franco, curador da coleção de répteis. Tanto que, até hoje, não foi feita uma triagem para saber o que de fato foi perdido e o que foi salvo no incêndio. “Assim que tivermos um espaço adequado vamos fazer esse levantamento bem detalhado”, promete ele.

Sua estimativa é que cerca de 80% da coleção de cobras foi perdida. O acervo era um dos maiores do mundo, com cerca de 85 mil exemplares de centenas de espécies coletadas ao longo dos 120 anos do instituto.

A maior parte do que foi salvo do incêndio está num outro prédio, conhecido como “fazendinha”. O diretor substituto do Butantan, Marcelo De Franco, reconheceu que as condições não são ideais, mas disse que elas atendem às necessidades básicas de segurança para manutenção provisória do acervo.

O prédio novo, segundo ele, “já está pronto”. “Queremos entrar lá em julho, no mais tardar”, disse ele. O projeto é da Secretaria de Estado da Saúde, pasta do governo estadual à qual o Butantan é vinculado.

Segundo o diretor da Divisão de Engenharia e Arquitetura do instituto, Mauricio Meros, o projeto já foi aprovado pelo Corpo de Bombeiros, faltando apenas realizar o treinamento dos brigadistas que trabalharão no prédio e alguns testes de comissionamento dos sistemas anti-incêndio.

Franco, o curador, está ansioso para ocupar o prédio, que é maior e muito mais moderno do que o anterior – que era, essencialmente, um galpão improvisado. “Finalmente teremos instalações adequadas para nossas coleções”, disse. “Infelizmente demorou um pouco mais do que a gente esperava. Prometeram entregar o prédio em um ano; já passaram três.”

Segundo De Franco, o diretor substituto, o atraso foi “por conta da licitação da parte de segurança” do prédio, que terá sistemas sofisticados de prevenção e combate a incêndios  – o que não existia nas instalações anteriores, nem dentro nem fora do prédio.

Segundo informações da Secretaria de Saúde o prédio tem 1,6 mil metros quadrados, com dois andares, e custou R$ 5,5 milhões, incluindo os equipamentos e sistemas de segurança. A área onde ficarão as coleções é totalmente isolada dos outros ambientes, e o acervo ficará dividido em sete salas também isoladas umas das outras, para evitar uma perda total em caso de acidente. Cinco salas, de 50 m², abrigarão as coleções de herpetologia e artrópodes (aranhas e escorpiões); outras duas, de 20 m², abrigarão coleções de insetos e banco de tecidos.

“É um prédio muito bem pensado, tanto pelos engenheiros quanto pelos curadores”, elogiou Franco.

Para entender

As coleções de Zoologia são como bibliotecas biológicas, que os cientistas usam como referência para registrar e estudar a biodiversidade. Os animais coletados são injetados com formol e preservados em vidros com álcool, que precisa ser reposto periodicamente por causa da evaporação. Tipicamente, são preservados vários exemplares de cada espécie, para representar todas as variações morfológicas que podem existir dentro delas (imagine, por exemplo, fazer uma amostragem da espécie humana: um único indivíduo não seria representativo de todas as variações fenotípicas que existem entre os Homo sapiens; seria necessário coletar indivíduos de várias cores, alturas, idades, regiões, etc).


Fonte: Blog Imagine Só!

JOGOS DIDÁTICOS NO ENSINO DE BIOLOGIA: UMA PROPOSTA METODOLÓGICA BASEADA EM MÓDULO DIDÁTICO PEDROSO, Carla Vargas - UFSM



carlabioufsm@yahoo.com.br
Eixo Temático: Didática: Teorias, Metodologias e Práticas
Agência Financiadora: Não contou com financiamento

Resumo

Nos últimos anos, o uso de Jogos Didáticos recurso no ensino/aprendizagem de Ciências vem sendo investigado por diversos estudiosos. Entretanto, algumas questões sobre jogos, como a forma e os meios com que ele é empregado, e o papel que desenvolve na sala da Educação Básica, ainda demandam estudos. O presente estudo, no âmbito do projeto “Jogos Didáticos no Ensino de Biologia”, desenvolvido desde 1995, constitui-se na elaboração de uma proposta de trabalho para o ensino de Biologia do nível médio, com a qual procuramos enfrentar a excessiva fragmentação existente no mesmo. Esta proposta tem por objetivo relatar a elaboração de um Jogo Didático como estratégia para o ensino de botânica e analisar os limites e possibilidades ao utilizá-lo em sala de aula da Educação Básica. Nossa oferta baseia-se no desenvolvimento de Módulo Didático (MD) estruturados segundo a dinâmica dos Três Momentos Pedagógicos (3MP) – Problematização Inicial, Organização do Conhecimento, Aplicação de Conhecimento – apresentados por Delizoicov e Angotti (1991). O MD produzido tem como tempo estruturador “a evolução das plantas” e constituí-se por 12 atividades. No terceiro momento, propomos um Jogo Didático (JD), intitulado “A Corrida evolutiva das plantas”, visando à revisão e fixação do conteúdo trabalhado no segundo momento, Organização do Conhecimento. O JD elaborado baseia-se nas regras do Jogo Indiano, e compõem-se de dado, peões, cartões-pergunta, cartões-resposta e um tabuleiro de papelão. Na proposta de JD elaborado para estudantes do Ensino Médio, procuramos utilizar materiais de fácil acesso ao professor. Ao final, apresentamos possíveis adaptações, que podem ser realizadas no JD, para adequá-lo a diferentes realidades e a outros níveis de ensino.



Palavras-chave: Jogos Didáticos. Estratégia de ensino. Módulo Didático. Três Momentos
Pedagógicos. Ensino de Biologia.

http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2009/anais/pdf/2944_1408.pdf
Descubra uma pouco mais dessa fascinante profissão!!!

Precisando estudar???

Ache exercícios como esses no site: < http://exercicios.brasilescola.com/biologia/exercicios-sobre-flor.htm#resposta-2887>


1 - Observe a figura e assinale a alternativa que corresponde aos nomes das estruturas I, II, III, IV, V e VI, respectivamente.
a)      I- Pedúnculo, II- receptáculo floral, III- cálice, IV- corola, V- pistilos, VI- estames;
b)      I- Receptáculo floral, II- pedúnculo, III- cálice, IV- corola, V- estames, VI- carpelo;
c)       I- Carpelo, II- estame, III- corola, IV- cálice, V- pistilo, VI- receptáculo floral;
d)      I- Pedúnculo, II- receptáculo floral, III- estame, IV- corola, V- carpelo, VI- estame;
e)      I- Perigônio, II- perianto, III- cálice, IV- corola, V- estames, VI- carpelo.


2 - Observe as imagens a seguir e marque a alternativa correta:
 
a)      I. Olho normal; II. Olho com miopia; III. Olho com hipermetropia;
b)      I. Olho com hipermetropia; II. Olho normal; III. Olho com miopia;
c)       I. Olho com miopia; II. Olho com hipermetropia; III. Olho normal;
d)      I. Olho com miopia; II. Olho normal; III. Olho com hipermetropia;
e)      I. Olho normal; Olho com hipermetropia; III. Olho com miopia.

3 - Observe o esquema abaixo que mostra os componentes de um ambiente onde vivem sapos e depois marque a alternativa que contém os números de componentes bióticos e abióticos, respectivamente.
a)      6 e 7.
b)      4 e 8.
c)       5 e 7.
d)      6 e 6.
e)      4 e 8


E muito mais!!!

Conhecendo um pouco a nossa Caatinga...




2011 é o Ano Internacional das Florestas declarado pela UNESCO, e nada mais justo do que comemorar este ano sabendo um pouco mais da única floresta exclusivamente brasileira. Para quem não sabe, a Caatinga é também uma floresta e estudos recentes mostram que cerca de 327 espécies animais são endêmicas (exclusivas) da Caatinga. São típicos do nosso bioma 13 espécies de mamíferos, 23 de lagartos, 20 de peixes e 15 de aves, além de 323 espécies endêmicas de plantas.
A Caatinga compreende quase 10% da área total do território brasileiro, com aproximadamente 740.000 km², mas mesmo sendo um bioma de área tão ampla cerca de metade de sua paisagem já foi deteriorada pela ação do homem, e cerca de 15% a 20% do bioma estão em alto grau de degradação (com risco de desertificação).
A Caatinga necessita urgentemente de ações de conservação já que vive aqui a ave com maior risco de extinção no Brasil, a ararinha-azul (Anodorhynchus spix), da qual só se encontrou um único macho na natureza. Também vive conosco a segunda mais ameaçada do país, a arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari), habitam os arredores de Canudos (BA), e existem menos de 150 exemplares, um décimo da população ideal no caso de aves, que demoram a se reproduzir.
                Ainda com sua aparência frágil, a Caatinga mostra sua força resistindo a estações secas onde a temperatura do solo pode chegar a 60ºC, neste período sua vegetação perde as folhas pois sem folhas, as plantas reduzem a superfície de evaporação perdendo menos água. Por isso no idioma tupi, Caatinga quer dizer Mata Branca, referência à vegetação sem folhas que predomina durante a época de seca.
Mas mesmo com toda essa força a Caatinga sofre bastante com os impactos causados pelo homem, para se ter ideia uma área de Caatinga mais conservada pode abrigar cerca de 200 espécies de formigas, enquanto nas mais degradadas há de 30 a 40.
E é por isso que é muito importante que façamos o que estiver ao nosso alcance para manter viva a floresta que tanto expressa a força e a resistência de nossa ente.

Fonte: WWF
Por: Aristóteles Philippe

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Dimorphandra gardneriana Tulasne (Fava d’anta) - UMA ABORDAGEM ETNOBOTÂNICA E RISCOS DE EXTINÇÃO

O gênero Dimorphandra tem grande relevância, sobretudo nos aspectos medicinais e de biodiversidade, por incluir duas espécies que são importantes economicamente como fontes de flavonóides para a indústria farmacoquímica (D. mollis Benth. e Dimorphandra gardneriana Tul.), e espécies endêmicas do Brasil, como a D. jorgei Silva e D. wilsonii Rizz., sendo esta ameaçada de extinção (Sudré et al, 2011). O número de espécies conhecidas varia de 11 a 43 no gênero Dimorphandra (Gonçalves, 2007). Entre essas, D. mollis Benth. e D. gardneriana Tul. são consideradas as mais importantes por serem frequentemente encontradas na natureza, sendo as mais coletadas e usadas na indústria química e farmacêutica (Gonçalves et al, 2010; Cunha et al, 2009). Dimorphandra gardneriana Tul., conhecida como fava d’anta ou faveiro, é uma árvore brasileira leguminosa nativa, ocorrendo naturalmente nos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Bahia, Pará, Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais (Montano et al, 2007).


Dimorphandra mollis Benth
Dimorphandra gardneriana Tul
A fava d´anta é uma planta cujos frutos são utilizados na extração de rutina para abastecimento da indústria farmacêutica. A rutina é um flavonóide que atua no fortalecimento e permeabilidade das paredes dos vasos capilares, em combinação com a vitamina C (Rizzini e Mors, 1995). Além da D.gardneriana, outra espécie nativa de fava d’anta, a Dimorphandra mollis Benth., é usada para a extração da rutina (Cunha, 2009; Gonçalves et al, 2010). Nos últimos dez anos, árvores de fava d’anta (D gardneriana) apresentaram inibição do crescimento da vassoura-de-bruxa, redução das folhas e amarelamento nos Estados do Ceará e do Maranhão, o mesmo foi verificado com D. Mollis (Montano et al, 2007). Devido à ameaça de extinção, existe preocupação com a sobrevivência e manutenção de D. mollis e D. gardneriana, uma vez que são utilizadas comercialmente apenas através do extrativismo (Souza e Martins, 2004). A fim de tomar medidas adequadas para ajudar na conservação de germoplasma de Dimorphandra gardneriana, é necessário dispor de informações sobre a estrutura genética das populações, bem como a variabilidade entre populações. Uma das ferramentas utilizadas para esse fim são marcadores moleculares que permitem inferências sobre a diversidade genética entre e dentro das populações (Schötterer, 2004; Schulman, 2007; Huang e  al, 2009). 
Uma das principais propostas para a conservação é o envolvimento direto da comunidade no uso sustentável, não unicamente pelo seu conhecimento local, que representa um forte elo nos debates a respeito da utilização dos recursos naturais, mas pelas técnicas de plantio, manejo e proteção das espécies de seu meio, e também pela herança cultural de cada comunidade que foi construída ao longo de muitos anos (Martin, 1994; Ramamurthy, 1998; Van Staden, 1999; Diegues, 2000; Rai et al, 2000; Maikhuri et al, 2003; Hamilton, 2004). O presente levantamento bibliográfico, contemplando uma abordagem ampla de Dimorphandra gardneriana, foi realizado baseado na sua importância para a chapada do Araripe como fonte de renda para população local e diante dos riscos de extinção dessa espécie devido ao extrativismo desenfreado.

Chapada do Araripe- Pernambuco


Fonte: Revista da Biologia

sábado, 18 de maio de 2013

DO QUE É FEITA A GELATINA

Você já parou para pensar do que é feita a gelatina?


Iguaria sempre presente na mesa das sobremesas dos buffets por quilo das metrópoles e figura fácil em aniversários de criança, a gelatina tem origem animal.
A gelatina que nós conhecemos consiste de quatro ingredientes básicos:
gelatina natural
água
açúcar ou adoçante artificial e sabores artificiais
corante de comida
 
Mas o que exatamente é a gelatina? A gelatina é apenas uma versão processada de uma proteína estrutural chamada colágeno, que é encontrada em muitos animais, incluindo os seres humanos. O colágeno é, na verdade, quase 1/3 de toda a proteína do corpo humano.
Trata-se de uma molécula grande e fibrosa que torna a pele, os ossos e os tendões fortes e um tanto elásticos. Conforme você envelhece, o seu corpo produz menos colágeno e as fibras individuais de colágeno ficam ligadas de forma cruzada umas com as outras. Você poderá experimentar isto nas articulações mais firmes (dos tendões menos flexíveis) ou nas rugas (perda da elasticidade da pele).
A gelatina que você come vem do colágeno dos ossos, cascos e tecidos de ligação de vacas ou porcos. Para fazer a gelatina, os fabricantes trituram estas várias partes e dão a elas um pré-tratamento com um ácido forte ou com uma base forte para quebrar as estruturas celulares e liberar proteínas, como o colágeno. Depois deste pré-tratamento, a mistura é fervida. Durante este processo, a grande molécula do colágeno acaba se quebrando parcialmente e o produto resultante é chamado de gelatina. A gelatina é facilmente extraída, porque ela forma uma camada na superfície da mistura em fervura.
Por ser muito versártil, a gelatina é um ingrediente comum; pode ser usada como um agente "endurecedor", como um ingrediente paraengrossar a comida, um emulsificador ou umestabilizador. Você a encontrará em vários tipos de comida, desde o iogurte até o chiclete. Segue uma lista de algumas outras comidas que contêm gelatina:
ursinhos de goma
creme de leite
cream cheese
pasta americana para bolos
marshmallows
sopas, molhos e molhos de carne
presunto e frango enlatados
salsicha
A gelatina é usada até para revestir comprimidos, tornando-os mais fáceis de engolir. Também é usada em cosméticos, pílulas e pomadas.
Quando você compra uma caixa de gelatina (ou outra marca de gelatina) na mercearia, você pega um pacote pequeno de gelatina em pó, com sabores e cores artificiais. Na temperatura ambiente, a proteína da gelatina fica na forma de um espiral triplo.
Esta é uma estrutura claramente organizada, parecida com a do DNA. No DNA, duas cadeias de nucleotídeos são trançadas juntas num formato de espiral. Na proteína da gelatina, existem três cadeias de aminoácidos separadas (cadeias de polipeptídeos) que se alinham e são trançadas uma em volta da outra, e o espiral é unido por ligações fracas que se formam entre os aminoácidos localizados dentro da estrutura enrolada.
Para dar forma à gelatina, você precisa adicionar água fervente na gelatina em pó. Você mexe a mistura durante aproximadamente 3 minutos até que a gelatina se dissolva completamente.
O que acontece com a gelatina quando colocamos água fervente nela?
A energia da água aquecida é o suficiente para quebrar as fracas ligações que unem as tranças da gelatina. A estrutura helicoidal se desfaz e você fica com as cadeias de polipeptídeos boiando na solução.
O próximo passo é colocar água fria e a gelatina dissolvida na geladeira, para que ela resfrie durante algumas horas. Quando você esfria a mistura, as cadeias de polipeptídeos começam a se reassociar e a formar novamente a estrutura helicoidal tripla. Entretanto, o processo de resfriamento é lento e as tranças foram muito separadas na mistura, então os espirais não se formam perfeitamente.
Em alguns lugares o espiral tem falhas e em outros só há uma cadeia de polipeptídeos enrolada. Quando a solução da gelatina se esfria, a água entra nestas falhas entre as cadeias. A cadeia de proteína que resulta do resfriamento dá o formato da gelatina e a água dá o balanço característico que a torna a comida popular entre as crianças.



Fonte: sobiologia.com.br

NANOPARTÍCULA FEITA DE VENENO DE ABELHA PODE MATAR VÍRUS DA AIDS

Carregada com a toxina melitina, a partícula consegue romper o envelope de proteção do vírus HIV. Uma toxina presente no veneno de abelhas pode ajudar a combater o vírus do HIV. Em uma pesquisa publicada no periódico Antiviral Therapy, pesquisadores da Universidade de Washington conseguiram que uma nanopartícula carregada com a toxina melitina destruísse o vírus. Segundo eles, a descoberta pode ser um passo importante no desenvolvimento de um gel vaginal eficaz em prevenir a disseminação do vírus causador da aids.
A toxina melitina, presente no veneno da abelha, tem uma ação tão potente que consegue fazer pequenos buracos na camada protetora que envolve o HIV — assim como outros vírus. Quando essa toxina é colocada dentro das nanopartículas, no entanto, as células normais não são prejudicadas por sua ação. Isso porque a equipe de pesquisadores adicionou uma espécie de pára-choques de proteção em sua superfície. Assim, quando entra em contato com uma célula normal, que é muito maior em tamanho, a nanopartícula se afasta. O vírus do HIV, por outro lado, é menor do que a nanopartícula, cabendo no espaço existente entre esses pára-choques. Ao fazer contato com a superfície da partícula, o HIV entra em contato também com a toxina da abelha. “A melitina forma pequenos complexos de poros e rompe o envelope do vírus, arrancando esse envelope”, diz Joshua L. Hood, um dos pesquisadores responsáveis pelo estudo.
Abelha
Ataque — Segundo os pesquisadores, uma das vantagens da nova abordagem é que a nanopartícula ataca uma parte essencial da estrutura viral: o envelope protetor. A maioria dos medicamentos anti-HIV disponíveis hoje no mercado atuam inibindo a habilidade do vírus de se replicar. Essa estratégia, no entanto, não consegue barrar a infecção inicial, e algumas cepas do vírus acabam driblando o remédio e se reproduzindo mesmo assim. “Teoricamente, não há como o vírus se adaptar a nossa técnica. O vírus precisa ter essa capa protetora, essa camada dupla que o reveste.”
Além da prevenção na forma de gel vaginal, Hood também espera que essas nanopartículas possam ser usadas como uma terapia para infecções por HIV já existentes, especialmente aquelas resistentes a drogas. Nesse contexto, as nanopartículas poderiam ser injetadas no paciente de maneira intravenosa e, em tese, seriam capazes de eliminar o HIV da corrente sanguínea. ”A partícula básica que estamos usando no experimento foi desenvolvida há muitos anos como um produto sanguíneo artificial”, diz Hood. “Ela não funcionou muito bem para a entrega de oxigênio, mas circula de maneira segura pela corrente sanguínea e nos dá uma boa plataforma adaptável para o combate a diferentes tipos de infecção.” Como a melitina ataca indiscriminadamente membranas duplas, o conceito não se limita apenas ao HIV. Diversos vírus, incluindo hepatite B e C, contam com o mesmo tipo de envelope protetor e seriam vulneráveis às nanopartículas carregadas com melitina.
Contracepção — Embora essa pesquisa em particular não se refira a métodos contraceptivos, de acordo com Joshua Hood, o gel poderia facilmente ser adaptado para ter os espermatozoides como alvos. “Estamos olhando também para casais em que apenas um parceiro tem HIV, e que querem ter um bebê”, diz Hood. “Essas partículas, por si só, são bastante seguras para o esperma, da mesma maneira que são para as células vaginais.” Embora a pesquisa tenha sido feita em células laboratoriais, Hood afirma que as nanoparticulas podem ser facilmente fabricadas em grandes quantias, em volume necessário para testes clínicos.



Fonte: veja.abril.com.br

sexta-feira, 17 de maio de 2013

AS CICATRIZES DA EVOLUÇÃO HUMANA


Complicações no parto, hérnias de disco, dentes do siso, dores nas costas e nos pés. A mesma seleção natural que permitiu à espécie humana sobreviver por milênios também é responsável por boa parte do sofrimento que a acompanhou durante todo esse tempo.
O ser humano não é um projeto acabado. Ele é produto de milhões de anos de seleção natural: uma sucessão de mudanças genéticas aleatórias que ajudaram na sobrevivência do indivíduo e se acumulam no DNA da espécie. As mudanças são lentas e nem sempre levam em conta o bem-estar do indivíduo. A prova disso está no próprio corpo do Homo sapiens — mais precisamente, nas falhas desse corpo. A dor de dente, a hérnia de disco, o joanete e o complicado parto humano são algumas das mostras de que o homem surgiu a partir de uma enorme sucessão de tentativas e erros — e não foi feito para durar muito. “Desde Darwin sabemos que não somos perfeitos. A evolução produz função e não perfeição. Para a espécie se desenvolver, basta que o organismo sobreviva o suficiente para passar seus genes adiante”, afirma Jeremy de Silva, antropólogo da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, que apresentou uma palestra sobre o tema no Encontro Anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência, realizado entre os dias 14 e 18 de fevereiro em Boston, nos Estados Unidos.
As falhas de projeto começam na própria fundação do corpo humano: o esqueleto. As espécies das quais o homem descende andavam sobre as quatro patas. Quando os ancestrais humanos passaram a se locomover sobre os dois pés, adquiriram imensa agilidade e ganharam uma liberdade inédita para suas mãos. Mas, para isso, sua coluna vertebral teve de passar por um rearranjo radical. “A coluna de nossos ancestrais se organizava na horizontal. Quando ficamos bípedes, tivemos de empilhar todos os ossos que estavam nessa coluna, e ainda colocamos a cabeça no topo. Fazer com que esse novo arranjo seja capaz de equilibrar todo o peso do corpo é pedir para ter problemas”, diz Bruce Latimer, antropólogo na Universidade Case Western Reserve, nos Estados Unidos, que também participou da palestra.
A dor na região lombar, por exemplo, está entre as mais comuns da espécie humana — 80% dos adultos vão senti-la em algum momento da vida —, e é causada diretamente por essa postura bípede. Segundo o antropólogo, a coluna humana adquiriu uma série de curvas para equilibrar todo esse peso, resultando em um formato de S. Isso faz com que alguns pontos acabem sofrendo mais pressão que outros, podendo levar à lordose, cifose e escoliose, transtornos que acontecem, respectivamente, quando a coluna vertebral se curva demais para dentro, fora ou para os lados, podendo provocar dor de forma crônica.
Coluna vertebral
A espinha pode ser danificada pelo próprio modo como os seres humanos se locomovem: colocando um pé para frente de cada vez e mexendo as mãos de forma inversa, para manter o equilíbrio. “Ao fazer isso, torcemos a coluna milhões de vezes ao longo da vida”, diz Bruce Latimer. A torção constante pode levar ao deslocamento de um dos discos cartilaginosos que formam a coluna. Se esse deslocamento pressionar um dos nervos locais, a dor pode se tornar insuportável — é a hérnia de disco. Segundo o antropólogo, nenhum desses problemas é comum entre os outros primatas, que ainda mantêm a locomoção sobre as quatro patas. Essas dores são parte da condição humana.
Sofrimento antigo — Segundo os pesquisadores, se um engenheiro tivesse de desenvolver o corpo humano, o resultado seria totalmente diferente do atual. Um exemplo disso é o formato de seu pé. “O pé do atleta paralímpico Oscar Pistorius é um exemplo de um órgão bem projetado: feito de uma simples lâmina, desenhado para suportar o peso e perfeito para o movimento”, diz Jeremy de Silva. O pé humano, ao contrário, não surgiu de uma prancheta, mas é o produto modificado de seus ancestrais primatas. Ele é uma estrutura móvel, formada por 26 peças — os ossos — presas em seus lugares pelos ligamentos e músculos. “É o equivalente evolutivo a clipes de papel e fita adesiva”, diz de Silva. Se o pé se mantém assim até hoje, é porque cumpre sua função, sustentando todo o peso do corpo e permitindo enorme mobilidade. No entanto, as consequências disso são entorses no tornozelo, inflamações nas plantas dos pés, pés chatos e joanetes”.
Nenhum desses problemas, das dores nas costas às dos pés, é causado apenas pelo estilo de vida moderno. Mesmo que o sedentarismo e o uso de calçados possa piorar grande parte dessas condições, nenhuma é causada unicamente por isso. Diversos fósseis antigos apresentam indícios de que o corpo humano sempre possuiu uma série de defeitos intrínsecos. “Lucy, o famoso fóssil de um Australopithecus afarensis que viveu há mais de três milhões de anos, já apresentava sinais de problemas na coluna”, diz Bruce Latimer. Pode parecer estranho o fato de esses defeitos serem tão antigos e, mesmo assim, não terem sido eliminados durante a evolução da espécie humana. Mas a maioria desses problemas só aparece tardiamente na vida do indivíduo, perto dos 50 anos, passada sua idade reprodutiva. A partir do momento em que ele já transmitiu seus genes para a geração seguinte, a seleção natural deixa o indivíduo por sua conta e risco. Hoje em dia, com a humanidade vivendo cada vez mais, essas falhas ganham mais destaque.
Projeto sem fim — A evolução não deixou apenas cicatrizes na espécie humana, mas também feridas abertas. Os Homo sapiens atuais não são apenas produto da seleção natural, mas seus agentes diretos — ela ainda está acontecendo em seus corpos. O exemplo mais claro disso é a presença — e a ausência — dos dentes do siso. Os ancestrais humanos possuíam grandes maxilares, com espaço suficiente para o desenvolvimento completo dos dentes posteriores, como os molares e pré-molares. Com o aumento progressivo do cérebro ao longo dos milênios, o crânio humano começou a se organizar de modo diferente. O espaço destinado para a caixa craniana cresceu, às custas das partes inferiores da cabeça. Com isso, o maxilar não era mais capaz de suportar os antigos 32 dentes. Muitas vezes, o terceiro molar, o último dente a nascer, não conseguia mais se desenvolver por completo. Em alguns casos, ele crescia na direção horizontal, pressionando o resto da arcada dentária ou danificando o tecido mole da boca.
Fato é que a evolução humana ainda não acabou — e nunca vai acabar, enquanto a espécie existir — , mas os cientistas não fazem ideia sobre o caminho que irá traçar daqui para frente. As possibilidades são muitas e o processo é extremamente lento. “Sabemos que a evolução não cria características a partir do nada. Ela faz o melhor com o material que já existe” diz Jeremy de Silva. A partir do material disponível, o que dá para adiantar é que, independente da mudança a caminho, os humanos vão continuar funcionais, mas imperfeitos.

Fonte: veja.abril.com.br.br
http://estudandoabiologia.wordpress.com/2013/03/06/as-cicatrizes-da-evolucao-humana/